Falam-se línguas (translate)

domingo, 30 de junho de 2013

Ucranianos, hein?!

Hoje fui consultar as estatísticas do blog outra vez. Deixa-me lá ver onde é que me vêem, o que é que gostam mais de ver, enfim, o que posso fazer para vos agradar... A larga maioria das visitas são feitas em Portugal, como é óbvio. Seguem-se os Estados Unidos, pois sim, é aquilo das visitas automáticas e o país é muito grande, também não é de estranhar. Em terceiro lugar está a Ucrânia. A Ucrânia?! Mas aquela gente não tem nada melhor que fazer do que vir aqui? Oh amigos, aquilo das empregadas serem como os animais não fui eu que disse. Ou andam mesmo à procura de mulheres nuas? Ainda não temos, lamento. Mas vou tomar nota no meu livrinho, quando surgir uma oportunidade será para vocês o primeiro post com mulheres nuas (podem deixar aqui na caixa de comentários outras sugestões). Ucranianos, hein?! Este povo intriga-me...

PS - Acho que vou pôr aqui ao lado a mini-aplicação do tradutor. Nunca se sabe. Ainda pode ser útil a muita gente.

Coragem

E perguntam vocês: Olha lá Mirone, então e praia, com este calor ainda não foste à praia? Mirone que é mirone não perde uma oportunidade para ir à praia dar umas espreitadelas...
E eu respondo: Com certeza, sempre que posso, durante a semana, ao fim do dia, vou à minha praia secreta. Que sossego... As outras praias, as de domingo? Estou só a ganhar coragem. Vocês sabem que adoro praia, que me dói o peito se não vejo o mar, mas enfrentar as filas de trânsito, deixar o carro onde o Judas perdeu as botas, arranjar um bocadinho de areia onde possa estender mais que uma toalha de bidé, sem ter que estar a cheirar os pés do vizinho, levar com gente malcriada e barulhenta requer alguma coragem. Mas garanto-vos que que o esforço valerá a pena. Terei material de escrita para uns tempos valentes. Sejam pacientes.

Pipócas e gamas

Muitos anos depois, diante da barraquinha das pipocas, o blogger Mirone haveria de recordar aquela manhã remota em que a mãe o levou a conhecer a escola primária. *





*  "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendia haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo", Gabriel García Marquez, Cem Anos de Solidão


sábado, 29 de junho de 2013

Quotas

Estava aqui a actualizar a lista de blogs que leio (ainda me faltam umas quantas "autorizações") e reparei que as mulheres estão em maioria. Não sei o que pensar. Por um lado, não é de estranhar, mirone que é mirone não perde a oportunidade de descansar os olhos num belo naco. Por outro, sou completamente contra as quotas, a imposição de regras ou limites em função do género ou de outra coisa que não seja o mérito. De maneira que é assim. Os homens logo chegarão...

Escrever o nome no cimento fresco

Lembro-me de ver em casa dos meus pais, no muro do jardim, rente ao chão, numa zona não muito visível mas que contudo chamou a minha atenção de pedaço de gente de palmo e meio, uma inscrição que dizia em letras maiúsculas com cerca de 3 centímetros de altura "MANUEL" e, por baixo,  uma data que já não me lembro bem, talvez 29-5-79. A caligrafia era tosca e dava a ideia que tinha sido escrita com um prego, ou algo que o valha, enquanto o cimento ainda estava molhado. Na altura ainda não sabia ler por isso perguntei à minha mãe que letras eram aquelas. A minha mãe nunca tinha reparado naquilo mas avançou a única explicação possível. "Olha, é o nome do pedreiro que andou a fazer o muro, deve ter sido ele a assinar a obra quando a acabou". Aceitei a explicação e não voltei a pensar no assunto. Até hoje. Entretanto os meus pais já fizeram obras em casa, mas hei-de lá voltar para ver se a assinatura ainda está onde estava.
E o que me levou a recordar a assinatura do Manuel? É muito simples. O Mirone continua com poucas visitas, não tem seguidores. Horas e horas a desbravar o blogger, a introduzir mini-aplicações que ponham isto com cara de blog interessante e bem frequentado, e até agora nada. Nem um comentário, nenhum seguidor. Até o ritmo das visitas abrandou, desde que descobri que podia desactivar a contagem das minhas próprias visitas. É da maneira que compensei as cento e tal visitas que deixei para trás quando introduzi o contador. Por falar em contador, também descobri que o blogger disponibiliza um contador próprio, que não precisava de ter importado um. Mas o contador do blogger só tem seis algarismos e eu quero um com nove. Sou optimista, o que é que hei-de fazer?
Portanto, e porque o post vai longo. Vamos lá saber, qual de vocês tem coragem de escrever o nome no cimento fresco, quem ousa "tagar" esta parede branca, acabada de pintar, qual de vocês arrisca ser o primeiro a seguir o Mirone, quem será que deixa aqui a primeira mensagem? Garanto-vos que daqui a uns anos me vou lembrar de vocês como hoje me lembrei do Manuel. E, podem contar com uma coisa, também vos dedicarei um post!
Vá, avancem antes que as ervas cresçam e tapem o muro...

Coisas importantes - gente que faz

Na minha actividade de Mirone, vou vendo e ouvindo muita coisa. Não é difícil encontrar comentários deste género: "Pois, pois, é muito bonito ser solidário, mas hoje em dia ninguém dá nada a ninguém, se está a organizar um evento solidário de certeza que é porque espera algo em troca, é para se promover, deve estar a ver se ganha qualquer coisa por isso", ou, os mais moralistas "A solidariedade não é para se exibir, é para se fazer e pronto, com recato e sem alaridos. Sempre me ensinaram que a tua mão direita não saiba o que a esquerda ofereceu". 
Estas coisas irritam-me, logo a mim que sou uma paz de alma por natureza. Sim senhor, uma pessoa não tem que andar a gritar aos quatro ventos que faz isto ou que faz aquilo, mas que mal tem usar a visibilidade que se tem para fazer o bem aos outros? Pois eu digo-vos, NENHUM! Não só não tem mal, como devia ser uma obrigação. Pronto, se calhar estou a exagerar, a solidariedade não deve, nunca, ser uma imposição.
A esse tipo de comentários eu digo: Falas falas, falas, falas e a gente não te vê a fazer nada! Fazias melhor? Então, levanta mazé esse pandeiro preguiçoso (mentalmente gordo) da cadeira e põe mãos à obra, quetoucheiodetóbir! Desde quando é que é alarido, desde quando é que é auto-promoção? Chega p'ra lá coisa má!
Tudo isto para dizer que a maior ursa da blogosfera, a Pólo Norte Ruth, está a organizar A FESTA deste verão. Esqueçam as festas da Caras e as pulseirinhas para a zona VIP, esqueçam as festas exclusivas da Quinta do Lago (ou outras, realmentre exclusivas que eu nem sonho como ou onde são), esqueçam o piquenicão do Continente e do Tony Carreira (é hoje, por acaso, vão lá, mas voltem). Esqueçam tudo e atentem no que vos digo. Será a festa do primeiro aniversário da sua filha Ana, no dia 10 de Agosto nas instalações do Clube VII - Health and Fitness Center, no parque Eduardo VII. Todos estão convidados. O único presente que precisam de levar é a vontade de dar sangue e ou de se inscreverem como dadores de medula óssea. Para mais pormenores, espreitem aqui. Vá, vá, libertem o mirone que há em vós e toca a espreitar os blogs, o Quadrpolaridades, o MãeGyver e a página do facebook da festa.
Para quem, como eu, quiser lê-la todos os dias, pode chegar a lá também através da lista de blogs aqui do lado, que hoje foi aumentada. 
Devo ter o único blog que só adiciona blogs a lista de leituras com autorização do autor. É uma estupidez, uma perda de tempo, porque sei que os autores dos meus blogs (gosto de lhes chamar assim) jamais me diriam que não, que tinham vergonha de figurar num blog menor, mas eu sou assim...

PS - Digam lá se este post tem ou não tem umas tags que são uma categoria? Isto sim!

És muito doente Mirone!

Costuma dizer-se que a conversa é como as cerejas, que se puxa uma e logo outra vem atrás, e mais outra e mais outra. A propósito, tenho comido cerejas tão boas este ano!
No meu cérebro passa-se um fenómeno semelhante. Quer dizer, agora que penso nisso, não sei se é o "fenómeno cereja" ou o efeito "bola de neve". Acho que é mais uma bola de neve, que começa pequenina no topo da montanha, que é uma metáfora para referir os breves momentos da minha vida em que tenho pensamentos elevados, e vem por aí abaixo, até se transformar numa imensa arma destruidora. Pensamentos elevados ou deverei dizer profundos? Então mas nesse caso, estou no sopé do monte, a ideia da bola não funciona tão bem... Não interessa, o que eu quero dizer é que por vezes dou comigo a pensar em coisas estranhíssimas, que nada têm a ver com o assunto que me ocupava. O meu cérebro pode ter muito poucas capacidades, mas esta ninguém lha tira, debita idiotices à velocidade da luz.
Hoje foi o último dia de aulas da minha filha. Durante o mês de Julho, o colégio vai disponibilizar diversas actividades para os alunos. Além das típicas idas à praia e à piscina,  têm visitas de estudo a monumentos, quintas pedagógicas, museus, idas ao teatro, uma coisa bem pensada, não dou por mal gasto o dinheiro... Uma dessas visitas é ao Parque dos Monges, em Alcobaça.  De Alcobaça passei imediatamente à Batalha de Aljubarrota. E depois para Brites de Almeida, a famosa padeira que aviou uns quantos espanhóis, lendária heroína da nossa história, uma Joana d'Arc à portuguesa (Maria da Fonte, se me estás a ler do além, também acho te acho uma heroína, jamais te esqueceria, sabes que me corre sangue minhoto nas veias - tenho tantas saudades do meu avô). Concentra-te Mirone, concentra-te, é sobre a padeira que estás a falar. E começo apensar nela a aviar espanhóis. E a propósito de aviar espanhóis, começo a fazer uma lista mental,  não daquelas que faço no meu livrinho (eish, o header, tenho de arranjar um header para o blog), uma lista de nuestros hermanos y hermanas (inclusive aquele que visita o este blog) que aviaria com gosto e em mil e uma maneiras de os aviar. 
Pois é, um segundo depois de ler a lista de actividades para férias do colégio da minha filha, já estava a pensar noutras actividades nada recomendadas a criancinhas de três anos. 
Eu devo ser muito doente, é o que é... Agora, se me dão licença, vou só ali vomitar. Acho que comi muitas cerejas.


Bizarria

Nunca liguei muito a essa coisa das tags, ou etiquetas, como lhe queiram chamar, que aparecem no fundo dos textos nos blogs. Mas agora que tenho o meu e na lista de posts aparecem os títulos seguidos das respectivas tags comecei a dar-lhes alguma atenção (até porque nessa lista os títulos aparecem escritos a azul e as tags estão escritas a cor de laranja, uma côr que se destaca mais).
E deixem-me que vos diga, se o critério de selecção dos meus visitantes for o das tags, meus amigos, anda aí gente muito bizarra! Ou então o blog é mesmo bizarro e eu não dei conta.

PS - Não sei se funciona mas, à cautela, taguei este post com temas que acho que me podem trazer mais visitas. Aguardemos...

O problema não sou eu, és tu

Todos sabemos que a razão nem sempre está do lado da maioria. É ponto assente, nem vou discuti-lo. Mas, se o mundo me diz que o céu é azul e eu insisto que é verde, se toda a gente me diz que não, mas eu inisisto que sim, se calhar, são capazes de ter razão. Se calhar, o problema sou eu.
Eu sei que não percebo muito de música. As bandas que mais gosto de ouvir não passam na rádio e garanto-vos que até ouço coisas muito estranhas, mas caramba, alguma coisa hei-de perceber.
Quando vejo fenómenos  de popularidade destes 



só consigo pensar "Não, o problema não sou eu, és mesmo tu!"

Vou pensar nisso

Uma ucraniana que me fizesse um header é que era serviço! E era capaz de atrair visitas...
A esta hora não devo encontrar nenhuma que me faça isso. Vou tomar nota no meu livrinho e pensar nisso.

Isto é como os animais

Falava-se de empregadas domésticas.
- Olhe, as minhas empregadas domésticas sempre ficaram muito tempo. Tive uma uns 20 anos. Uma pessoa fica descansada que elas já sabem onde é que estão as coisas e o que nós gostamos. Depois tive uma que tive que correr. Tinha que ir atrás dela e fazer eu para as coisas ficarem em condições. Mas agora, desde que tenho uma ucraniana não quero outra coisa! Nunca vi como ela para trabalhar. Olhe que a minha casa é toda lavada com água quente e detergente da roupa, para matar os germes! E nunca pára, mesmo a conversar com a gente, é sempre a trabalhar, quando se dá por ela já está lá ao fundo. E havia de a ver a aspirar. Não é como nós, sempre andar. É ali tudo muito certinho, por zonas, assim aos quadradinhos de 30 centímetros, a largura da escova. Nem imagina o cheirinho a fresco da minha casa de cada vez que ela lá vai.
- Pois é. Eu ainda tive umas três, antes de ter esta que também já lá está há mais de 25 anos, criou-me os filhos e agora que já não preciso dela todos os dias já vai para o meu filho. Mas sim, diz que as ucranianas são uma maravilha. Como não falam a língua não perdem tempo a querer conversar. E têm outra educação, é uma coisa cultural.
- Então não é! Não me venham cá com brasileiras, ucranianas é que é.
- Eu também queria uma ucraniana, mas não tenho coragem de mandar a minha embora ao fim de 25 anos. Sabe que isto é como os animais, uma pessoa afeiçoa-se a eles...

Confesso que me afeiçoei à minha, que já leva 8 anos cá em casa. Mas que a trocava por uma ucraniana, trocava. 


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Menos mal

Afinal tenho seis posts sobre outras coisas que não a criação do blog. Não muda nada, mas há que manter o rigor. Este foi um post que, apesar de curto, serviu para encher chouriços. A parte dos posts mais curtos parece que está resolvida. Só me falta contornar este dom para encher chouriços.

Afinal, a partir de agora é que está a contar

Dia #4 de blog. Ponto de situação: "a oeste nada de novo". Uhhh, que original.... Nem a oeste, nem em lado nenhum neste blog. Raisparta o blog que parece que não há meio de mexer. 
Dez posts, dez posts, senhores - com este onze, não tenho a certeza - e, espremidinho, como se de uma laranja se tratasse, tenho nada, zero, népia, nicles batatóides. Nicles batatóides?! Quem é que escreve nicles batatóides?!Que estupidez Mirone!
Pronto, defini o layout do blog, um esquema básico, a personalizei uns cantinhos. Tirando isso, não fiz mais nada.
Dos dez posts publicados penso que apenas quatro não estão relacionados com o processo de criação do blog. Ora isso é muito pouco. Basicamente tenho um blog sobre coisa nenhuma. E coisa nenhuma, é sabido, tem tendência a esgotar-se em menos de um fósforo. Isto tem de mudar. Urgentemente! Ou eu arranjo mais tarefas para o desenvolvimento e construção do blog, e isto continua parado, ou começo a escrever posts de jeito, que me tragam visitas e comentários. Ainda tenho umas quantas tarefas relativas ao desenvolvimento do blog, a criação do header, o som para o contador de visitas são as primeiras que me ocorrem. Menos mal, pode ser que isso me renda mais dois ou três post neutros. Pode não trazer visitas nem seguidores, mas também, mal não hão-de fazer. 
A outra tarefa, talvez A tarefa, consiste em divulgar o blog. Mas falta-me a paciência para andar de blog em blog, na ânsia de espalhar a palavra do Mirone, e levar com portas na cara. Para isso tinha ido para testemunha de Jeová, não criava um blog.
Agora, passada a excitação relatada no último post de forma eloquente - ah pois, habituem-se, que com o Mirone é só escrita da boa - caí na realidade. Caí, e caí de boca, parti os dentes todos. Suponho que seja uma coisa semelhante ao que se passa quando alguém tem um acidente grave ou tem uma experiência traumática. Imediatamente após o trauma ocorre uma descarga de adrenalina que funciona como um anestesiante poderoso e a vítima não sente nada. Depois, já no hospital e devidamente estabilizada é que ela percebe o que lhe aconteceu. Por vezes, para evitar o sofrimento atroz da vítima, os médicos induzem-na em coma. Acho que é assim que estou. Aguardo a visita de uma familiar ou amigo próximo que me sussurre ao ouvido as palavras mágicas que me façam acordar. Sim, leitor, é para me deixar um comentário, um insulto, qualquer coisa que me agarre à vida. Talvez quando acordar escreva posts mais pequenos, mais incisivos, ouvi dizer que os leitores não têm tempo nem paciência para posts compridos. 
Vá Mirone, trata de começar a escrever coisas de jeito antes que ganhes o cognome de O enchedor de chouriços. Afinal, agora é que começa a contar.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Que excitex!

Não estava previsto voltar cá ainda esta tarde, pensava fazê-lo só mais pela noite dentro, mas o que aconteceu não podia ficar em branco. 
Não terá sido mais que um pequeno passo para os autores de tão nobre gesto, mas foi, sem dúvida, um enorme passo para o Mirone.
Tudo isto para dizer que já tive autorização expressa, sim, expressa, eles sabem que eu existo, de dois bloggers que admiro para incluir os seus blogs na minha lista aqui ao lado. 
Que excitex, meu Deus! É que são SÓ os meus blogs preferidos. 
Não é para me gabar, mas acho que tenho jeito a escolher blogs. Escolhi estes, atirei-me a eles de peito aberto e pedi-lhes para pôr aqui o seu blog. Outro blogger conhecido, daqueles que se levam a sério, de certeza que teria olhado com desdém para o pedido e ignorado o meu apelo. Ou diria que recebe mil pedidos iguais por dia e que não tem tempo para esses assuntos de menor importância, que consiste, basicamente, em dar o benefício da dúvida aos seus leitores. 
Mas os meus bloggers não são assim. Os meus bloggers são gente boa, bem formada e inteligente. Gente que merece o lugar que ocupa na blogosfera. Gente que em nada se melindra com o limitado número de visitas ou seguidores quan do comparados com os pesos pesados da blogoesfera. Os meus bloggers sabem que aqui há lugar para todos, são genuínos. Os meus bloggers não têm medo que outros lhe façam sombra, porque possuem luz própria. Que momento bonito, senhores, olhai como domino com arte a ciência do cliché!
Esses bloggers merecem um post só para eles. Esses bloggers têm a minha eterna admiração a gratidão. O Mirone pode ser um péssimo blogger, mas não é um blogger ingrato. O Mirone não cospe no prato onde come, não é cão que não conhece dono.
Muito obrigado São João, do Febre dos Fenos. Muito obrigado Factos de Treino, do blog homónimo.

Optimismo

Frase do dia: Optimismo é escolher uma barra para o contador com 9 algarismos. 

Todos os anos, primeiro em Outubro - eu ainda me lembro do tempo em que as aulas começavam em Outubro - depois em Setembro, prometia que naquele ano que se iniciava estudaria todos os dias e teria sempre os cadernos em ordem. No fundo, não era uma promessa, era mais um desejo, e é sabido que nem todos os desejos que temos se cumprem. Normalmente, lá para Novembro, esses desejos desvaneciam-se, da mesma forma que todos os meses de Fevereiro desvanecem as resoluções tomadas na passagem de ano. Pudera! Alguém leva a sério resoluções tomadas sob o efeito da bebida?
A minha resolução para este blogue que agora começo foi qualquer coisa como "Vou levar isto até ao fim". Quanto tempo terá o Mirone até fim é que é uma incógnita.
Como sinal da minha devoção a este blog , aproveitei a hora de almoço para procurar contadores de visitas gratuitos, não fosse dar-se o caso de me pedirem dinheiro pelo dito. A propósito de dinheiro, tenho de explorar as propostas de publicidade que o Blogger me oferece. 
Observe agora, caro leitor, como os meus conhecimentos de informática são avançados. "Googlei" "contadores de visitas gratuitos" e entrei no primeiro site sugerido. Pareceu-me bom. Ainda hesitei na escolha do modelo, eram tantos, mas quando tive de escolher o número de algarismos, não tive quaisquer dúvidas. Qual é o máximo que  esta bodega admite? Nove? Então é com nove que fica. Dei-me ao luxo de escolher contagem a partir do zero, isso mesmo, dei de barato as 127 visitas entretanto reunidas. Optimismo é acreditar que as recuperarei em três tempos. Optimismo não se confunde com falta de modéstia. Mas, caro leitor, não se iniba de deixar o seu comentário a este propósito na caixinha que, gentilmente, o Blogger disponibiliza no final deste texto.
Fui ao youtube e procurei "tutorial como adicionar um contador no blogger". O primeiro que apareceu foi de um miúdo brasileiro com uns 10 anitos. Perfeito, é mesmo isto que eu quero! Vi aquilo com atenção e corri para o blog. Num instante tinha o meu contador de visitas a funcionar. Depois, foi deixar a magia acontecer!  Ah pois é, mal tinha carregado no botão "aplicar" já o contador regurgitava visitas atrás de visitas. Assim, sem mais, quatro visitas de rajada.  A minha vontade imediata foi procurar uma aplicação com efeitos sonoros de uma caixa registadora antiga que disparasse "caching, caching" de cada vez que tivesse uma visita. Não o fiz, mas tomei nota num livrinho que anda sempre comigo. Logo que tiver tempo, arranjo uma aplicação dessas. E um header para o blog, não está esquecido.
Ainda me sobrava tempo até ao próximo compromisso. Criei um espaço para os visitantes se registarem como seguidores e outro para a lista de blogs que sigo. Por enquanto ainda não adicionei nenhum. Aquilo é gente que de uma maneira ou de outra admiro, não quero que sintam o constrangimento de figurarem num blog que não esteja à sua altura.
O próximo passo é definir uma estratégia de divulgação do blog.
Os textos, ah, os textos. Logo se vê. Isso e o header.

Quantas visitas terei tido entretanto? Vou ver.


Ao engano também conta...

Voltei ao blog para explorar as maravilhosas e infinitas possibilidades do Blogger (senhores do Blogger, senhores do Blogger, estou a piscar-vos o olho) e para ver como é que se põe o contador de visitas. Ainda quero ver até onde é que este blog consegue ir sozinho, sem divulgação. (Lembrete #1: definir estratégia de divulgação do blog).
Selecciono Estatísticas, Visualizações... Pára tudo! Oh meu Deus que excitação, 95!!!!, sim, noventa e cinco visitas em três dias! N-o-v-e-n-t-a-e-c-i-n-c-o visualizações (vamos acreditar que pelo menos uma visualização corresponde a alguém incauto que, efectivamente, leu o blog)! É que nem bolor numa cave húmida se multiplicaria tão depressa. Eu ia escrever que nem a sífilis num bordel do século XVIII se multiplicaria tão depressa, mas agora revejo os textos e tive medo de afastar os simpáticos e sensíveis visitantes, e o tal leitor incauto. (Lembrete #2: aprender a riscar as palavras para se ver o que escrevi antes). 
Noventa e cinco visualizações sem mexer uma palha é quase uma coisa viral, há que concordar.
Visualizações por Países, Portugal, Estados Unidos, Rússia, Ucrânia, Holanda, Espanha e outros dois que não me lembro. Mirone, sim senhor (palmadinhas nas costas) estás a safar-te.
Pronto, eu sei que as visitas portuguesas são minhas e que as do estrangeiro, muito provavelmente, são "automáticas", aqueles geradores random de visitas (isso existe? se não existe acabei de inventar agora, passa a existir, soa-me bem) que me encaminham depois para sites de publicidade.
Na verdade, as 95 visitas não querem dizer nada. Mas caramba, algures no mundo alguém procurou "mirone" e veio cá parar. Sinceramente, acho que foi o visitante espanhol. Sea bienvenido al Mirone, querido lector!  Lo siento si buscavas Voyeur, pero estoy seguro de que te gustará  leerme.
Pelo sim pelo não, deixa-me dizer o mesmo aos outros, não vão eles sentir-se melindardos. Vieram ao engano, bem sei, mas ao engano também conta.
Welcome dear reader. I am sorry if you were looking for Voyeur, but I'am sure you will enjoy reading me.
Добро пожаловать уважаемый читатель. Извините, если ищете вуайерист, но я уверен, что вы любите читать мне.
аскаво просимо шановний читач. Вибачте, якщо шукаєте вуайеріст, але я впевнений, що ви любите читати мені.
Welkom beste lezer. Sorry als het kijken voyeur, maar ik weet zeker dat je me graag lezen.

Infelizmente não falo russo, ucraniano ou holandês, resta-me esperar que o tradutor do google não esteja a gozar comigo.

PS - O header não está esquecido, logo que possa ponho o desenho do fulano a espreitar por uns binóculos. O contador de visitas também fica adiado por uns tempos, quero ver como reagem os visitantes a um blog poliglota.

Vantagem

Uma das vantagens de ter um blog que só eu leio (por enquanto Mirone, acredita que daqui a uns tempos o contador de visitas que entretanto hás-de descobrir como se põe ali no canto não vai dar vazão a tanto mirone) é ninguém notar que não revejo textos nem uso corrector ortográfico. Os textos saem com erros e gralhas, frases que não fazem sentido e eu posso editá-los vezes sem conta que ninguém se queixa.
Sendo uma vantagem, gostava, contudo, de a anular. Porquê Mirone? Estás a começar, precisas de todas as vantagens que possas ter. Ora, porque não me parece justo/honesto começar com uma vantagem sobre os outros bloggers que já cá andam há mais tempo, que além de textos cuidadosamente revistos, têm layouts bonitos, cheios de funcionalidades, com cabeçalhos desenvolvidos por gente qualificada, designers multimédia, uma coisa com pés e cabeça. Andam os desgraçados consumidos de preocupação para que o blog não desaponte os leitores fiéis e depois chegava o Mirone, à cowboy, e arrasava o saloon em três tempos. Não senhor, não vou - já - criar mau ambiente. Bem basta usar um esquema automático do Blogger, pelo menos devo ter o cuidado de ler o que escrevo, ou usar o corrector ortográfico antes de publicar o que quer que seja. E os leitores que não tenho merecem esta consideração.
É meu desejo, e assumo "publicamente", dentro da medida do possível, já que o "público" é composto por uma única pessoa, eu, dedicar-me mais ao blog, rever os textos antes de os publicar, começar a usar links e, quem sabe, juntar fotos e videos. Quero um blog dinâmico, bem estruturado, interessante. Ah, os textos... depois vejo o que se arranja. Aquilo do cabeçalho, que referi no primeiro dia, também é verdade, logo que tenha tempo faço um desenhinho à maneira para pôr ali ao lado do nome. 
O contador de visitas, se calhar, fica  para depois, para não me desmotivar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Não resisto

Houve pessoas que compraram bilhete para ir ver os Bon Jovi à Bela Vista.

Capitão Roby, Portugal precisa de ti!


Chegou o Verão, a maravilhosa silly season. Acabei de saber que a Patrícia Tavares casou num hipermercado, com um vestido da vizinha, e a vendedora das alianças a presidir ao acontecimento. Ali mesmo, no hipermercado, compraram croquetes e improvisaram o copo d’água.  
Com o Verão veio a época dos amores tão tórridos quanto passageiros (agora não estou a falar da Patrícia Tavares, que parece que a sua relação até já tem mais de dois anos). São inúmeros os estudos sobre o  tema, e as conclusões são para todos os gostos. Se há coisa que admiro neste tipo de estudos é, a par da sua pertinência, é a sua democracia.
Adiante, dizem os estudos que no Verão estamos mais predispostos ao romance. Porque o sol influencia a produção de serotonina e endorfinas, as hormonas do amor e da paixão, porque estamos de férias, mais descontraídos, a vida social é mais intensa, tendencialmente o tamanho das roupas é inversamente proporcional à temperatura, et cetera, et cetera. No Verão  tudo parece mais fácil no campo das conquistas amorosas. É no Verão que se cometem as maiores infidelidades e é imediatamente a seguir ao verão que dão entrada a maior parte dos processos de divórcio. É um facto, há estudos que o atestam, basta procurar na net, esse depósito de ciência e conhecimento. E, se está na net é porque é verdade, toda a gente sabe.
Tudo isto é muito bonito, sim senhor, o sexo faz bem, o amor-iogurte, com prazo de validade, faz muita gente feliz, mas o meu coração romântico chora. Portugal não precisa de fast-sex, de casos de uma noite. Portugal não precisa de clones das vedetas do Secret Story (é impressão minha ou são cada vez mais  e estão em todo o lado?) que com três grunhos ou um bom decote, consoante o género, copulam como coelhos. O que é que o país ganha com isso? Nada, nadinha! Eventualmente uma doença venérea, umas quantas gravidezes indesejadas e muitas dores de cabeça.
O “problema”, se lhe quisermos chamar assim, reside no facto de nem todas as portuguesas serem clones das concorrentes do Secret Story, nem todas terem facilidade em seduzir. E nem todos os portugueses  terem livre-trânsito num ginásio da Amadora. Sim, é verdade, a maioria dos portugueses não rasga camisas de cada vez que contrai um bicep.
É hora de dizer Basta! É hora recuperar o que de mais valioso temos, as tradicionais técnicas dos cavalheiros sedutores, dos verdadeiros gentlemen. As portuguesas querem alguém que as corteje, quem lhes ofereça flores, quem as leve a passear, a jantar, lhes compre jóias, perfumes e roupas (com o dinheiro que elas ganharam, pois está claro, que elas são mulheres modernas e independentes e ele teve o azar de ver a sua imensa fortuna no estrangeiro congelada, apenas por uns dias, garante, fruto de mera burocracia e muita incompetência), de alguém que as faça sonhar, que lhes prometa o mundo (ainda que  lhes deixe tão só a rua). Em última análise, constato, Portugal precisa de burlões sedutores. Portugal precisa de Capitães Roby.

Já vos disse que começou a Silly Season?

A sério?!


Era tão bonita, o raça da miúda. Vamos ser rigorosos, era boa! Morena, de cabelo apanhado num rabo de cavalo. Tinha mais 4 kg do que desejava. Leggings brancas!!! Pronto, mais 6 kg que o que desejava (as leggings brancas são impiedosamente cruéis), mas também, um homem não gosta de sacos de ossos, gosta de ter carne para agarrar não é? 
Não estava maquilhada. Se estava não se notava, as unhas de gel amarelo neon gritavam mais alto. Deviam proibir a miúdas de 18 anos de se maquilharem! (e usar unhas de gel amarelo neon).
A camisola larga, mas curta, a acabar onde começavam as leggings brancas (?!) caía-lhe-lhe pelo ombro e mostrava os resultados do primeiro escaldão do ano. Com que idade se deixa de achar que o mais importante é um corpo bronzeado a todo o custo, mal surjam os primeiros raios de sol? 
No outro ombro, uma mala "daquelas que dão com tudo" tresandava, literalmente, a contrafacção. Numa mão um cigarro, na outra um smart-phone (haja alguma smartness nesta equação). Calçava... não reparei, parei nas leggings brancas (?!).
Aproximou-se do balcão e com desdém, numa voz afectada de dondoca, tão falsa como a mala que usava, larga um demorado "Óoooolhe, é um cafê curto, que tou cheia de prêssa. 'Tá aqui o dinheiro, vá!". Deu-me vontade de lhe gritar, "olha lá, tu só não vens das barracas porque acabaram com elas quando fizeram a Expo, para que é que é essa voz a fingir que vens da Linha?" E como se na linha se falasse assim, mas enfim, calei-me e fiquei só a vê-la...
Na sua cabeça, talvez no seu bairro, quem sabe, é a personagem principal dos sonhos eróticos de todos os homens. Até pode ser, que cada um sabe de si e dos seus sonhos.
Eu sou uma mente aberta, aceito quase tudo. Aceito a arrogância, a pose forçada e encenada, acredito que seja só uma fase estúpida e que a maturidade entretanto trate do assunto. Aceito a inconsciência, pronto, foi só um escladão, mal seja que venha a desenvolver um melanoma. Até sou capaz de aceitar a falta de educação com que se dirigiu à empregada do café, se calhar estava num dia mau, para a próxima será mais educada. Aceito a mala contrafeita, se naquela cabecinha bonita, uma mala fedorenta e de má qualidade a deixa feliz, porque não? Se passar por algo que não se é a realiza, pois que está muito bem. Até aceito as unhas de gel amarelo neon, é uma questão de moda, e que percebes tu de moda Mirone? 

Agora leggings brancas?! A sério?!

Como é que se faz?

Um destes dias, enquanto passava os olhos pelas letras gordas do Correio da Manhã. O que é foi? Sim, no café onde vou há o Correio da Manhã (e A Bola, a Caras e a Lux, ou Vip, não interessa), que eu leio, e daí, o que é que tem? Adiante, dou comigo nas páginas do social. Ali me davam conta da festa de lançamento do novo trabalho do DJ Eddie Ferrer, em parceria com o DJ Christian F. O referido trabalho conta ainda com a participação de Gerson S. 
Não liguei, prossegui, ainda espreitei as notícias "a fechar" da última página, paguei o café e voltei ao trabalho. Mentira. Não voltei ao trabalho coisíssima nenhuma. Voltei ao local de trabalho, mas a cabeça estava no que li jornal. O Correio da Manhã tem destas coisas, faz-nos pensar na vida. Não fiquei a pensar em SWAPS nem em ruina finaceira, na greve dos professores, tampouco pensei no homem que se suicidou depois de matar duas mulheres, ou no pedófilo que foi condenado por abusar de uma menina de 13 anos. Fiquei a pensar no DJ Eddie Ferrer. Sim, o DJ Eddie Ferrer não me deixava concentrar no trabalho.
Como é que se escolhe "um nome artístico"? Eu não precisei de mais de 10 minutos para escolher o meu. Mirone é, grosso modo, uma pessoa que gosta de ver as outras pessoas, que é basicamente o que faço, pareceu-me apropriado. Já escolher o pseudónimo de um DJ ou de um cantor, actor, escritor deve ter toda uma ciência que, obviamente, desconheço.
Eddie Ferrer percebo, o rapaz  chama-se Eduardo Ferreira (é filho de Jesualdo e Zulmira Ferreira, se isso for relevante) e escolheu um nome estrangeiro de pronúncia fácil e sonoridade simples, quem sabe, a piscar o olho a uma carreira internacional. É legítimo, faz sentido, penso. Sinceramente também não estou a ver um cartaz de uma badalada sunset party em Ibiza a anunciar o fantástico DJ Eduardo Daniel Ferreira.
DJ Christian F... Christian F?! Fónix!!! (ontem ouvi uma rapariga a dizer fónix - pensava que ninguém dizia fónix, afinal enganei-me). A primeira coisa que me ocorre é a Christiane F, a do livro e filme "Os Filhos da Droga", a miúda alemã viciada em heroína que se prostituia para sustentar o vício. Atenção, eu não tenho nada contra a senhora, espero que tenha conseguido superar o vício e que tenha uma vida feliz, mas a dúvida persiste. Então, mas alguém quer ter o nome artístico associado ao consumo de droga e prostituição? Está bem, é o nome do um DJ, se calhar no meio ninguém liga a isso, mas ainda assim não sei... E, suponhamos que rapaz se chama mesmo Christian e tem um apelido começado por F. Certo, é o seu nome, tem orgulho nele. Mas não dava para usar a inicial no primeiro nome e deixar ficar o último, ainda que "estrangeirizado". Ou será que não sabia? Duvido... Sinceramente, acho que "já não sou deste tempo, que há coisas que não entendo, não me entram", como diziam há pouco as senhoras da mesa ao lado, a propósito do casa/descasa, tem filho deste, tem filho daquele de uma "famosa" das revistas.
Gerson S. Suponho que não seja português. Nem vou perder tempo a pensar que apelido pode ser tão "indizível" que faça Gerson parecer bem. Preconceitos, é o que é! (mantra do dia: devo abandonar de vez os preconceitos)
Chega de pensar nos nomes dos outros, não sou eu que os escolho. Se na altura não falei do nome das filhas da Luciana e do Djaló, a que propósito vou agora  comentar os nomes dos DJs? Além disso, a esta hora estão, de certeza, aposto que vão ser os primeiros leitores do Mirone, os DJ Eddie Ferrer, Christian F e Gerson S a pensar "Mirone?! Fónix!!! (os DJ mais cool do planeta dizem fónix), mas o que é que esta gente pensa quando escolhe um nome?".
Ainda assim, alguém me explique, como é que se faz para escolher um nome artístico?

terça-feira, 25 de junho de 2013

Até aos 80



 
Quando há quase 8 anos te disse que queria ficar contigo até aos 80, quis dizer-te  – e continuo a querer – que te aceitava, também, com todos os amuos e caprichos, as falhas de memória, o mau feitio, a  resmunguice e doença, o declínio físico e intelectual que possamos sofrer, porque suponho que seja assim que nos encontraremos se lá chegarmos. So far, so good. Temos treinado com afinco a parte do capricho, da resmunguice e do mau feitio, as peles começam a perder alguma firmeza e já não contamos os cabelos brancos pelos dedos da mão. Por outro lado, a cumplicidade e o companheirismo crescem todos os dias. O sexo, nem nos filmes é tão bom, é quando e se queremos (não, não apetece sempre) e como calhar, sem constrangimentos ou encenações – quero lá saber da depilação que não está em dia, deixa a parte de cima do pijama que está frio! Aquilo de a mulher se enrolar no lençol para ir à casa de banho é só nos filmes não é?

Hoje fazes 37 anos. Parabéns! Se isto é assim aos 37, se calhar arriscávamos até aos 90. De qualquer maneira, e por muito bem preparados que nos sintamos, o importante é não falhar os treinos. O que é que fazes à hora do almoço?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Nota-se muito?

Aviso: Este diálogo ocorreu numa estação de correios à pinha, em pleno século XXI, entre duas jovens, na casa dos 20 anos.


- Então gajinha, por aqui? Que é feito de ti, que ninguém te põe a vista em cima há um porradão de tempo? ‘Tás com bom ar, não me digas que arranjaste um gajo?

- (risos) Oh pá! Nota-se muito? Tenho tantas novidades, mas é segredo, não contes a ninguém.

- Conta, carago, conta!

- Oh pá, sabes o Jorge, o amigo do Nuno?

- Jorge? Não... Qual Nuno?

- O Jorge, amigo do Nuno da Tânia que trabalhou comigo! O Jorge, aquele alto que ‘tava com eles no ano passado no Santo António!

- Oh pá, e com a sangria que a gente mamou como é que queres que eu me lembre do Santo António do ano passado? Nem o deste ano, quanto mais...

- Não interessa. Encontrei-o a seguir ao Carnaval, combinámos um café e nunca mais nos largámos! Oh pá, ele é tão querido, ias gostar dele. É super romântico, vê-se que é um gajo certinho, de família, não é desses garotos que é só curtir. Fogo, nem tem nada a ver com os trastes que me têm saído na rifa!

- Oh pá ‘miga, fico tão feliz, tu mereces!

- Pronto, ele ainda é casado, mas é como se não fosse. Ele diz que a mulher é uma parva egoísta, um filme que nem queiras saber, já nem dormem juntos nem nada. Oh pá, e só tem olhos para o filho! Por isso é que isto tem de ser uma cena “descortada”, nem podemos assumir nada em público. Ele diz que não quer traumatizar o menino. Já viste? Quantos gajos é que tu conheces que deixariam os sentimentos de lado só para proteger o filho? Oh pá, acho que finalmente acertei!



Jorge, és o maior do teu bairro!

Namorada do Jorge, chego a acreditar que sim, que o mereces, não sei que palavra escolher, mas também és a maior!

Amiga da namorada do Jorge, belo traseiro! (agora esquece-te de contar a toda a gente...)

1,2, 3, já está a contar!


1. 2. Sssom. Ssom. A. A. Experiência. Sssom. Ssom.


Eu sei que é feio, que não se faz, que roça a devassa, mas não resisto, gosto de observar as outras pessoas, de ouvir as suas conversas. Faço-o onde quer que esteja, no trabalho,  na rua, no carro, no café, no restaurante ou no supermercado. Quando em criança ouvia os meus pais comentarem que não percebiam como havia gente capaz de “fazer vida de café”, sentada  a ler o jornal, a ver quem passa e a dar palpites sobre tudo e todos, sem nada fazer, eu achava tudo muito estranho. Já na altura a hipótese de poder passar uma tarde sem fazer nada, sem ter de pensar muito, simplesmente a ver quem passa  e a “mandar bitaites” me parecia fascinante. E pensava “mas que mal tem “fazer vida de café?”. Depois cresci e afinal “fazer vida de café” não é propriamente uma vida que almeje, mas o gosto por ver quem passa e ouvir o que se diz mantém-se. Faço-o, modéstia à parte, com mestria. Depois de anos a ler blogs  decidi criar o meu, um blog onde pudesse escrever sobre o que vou vendo, ouvindo e lendo e onde desse uns palpites, como os que muito falam e nada fazem. Se levo a sério as conversas de café que vou ouvindo? Não. Nem o que aqui escrevo é para levar.




Então ter um blog é isto...?


Mas que interesse pode ter um blog escrito por mim? Que relevância pode ter aquilo que eu escrevo? Nenhuma (ou toda, nunca se sabe), mas se os outros têm, eu também posso ter. Soa a inveja, é pequenino? Não é. E se fosse? Tens algum problema? Então?! Querem lá ver... E se escrevo mal? Os outros também, não será o primeiro nem o último blog mal escrito, qual é o teu problema? Na pior das hipóteses ninguém o lê, eventualmente, e com muita sorte, receberás comentários insultuosos, não é o fim do mundo. E se me falta assunto? Não escreves, parece-me simples. É a vantagem de ser só um blog. Quando te fartares ou te faltarem as ideias agarras nas tuas coisinhas, apagas a luz e fechas a porta. Ninguém sabe quem és tu, podes seguir a vidinha na paz do Senhor. Está decidido! Vou ter um blog, “ó larilas”!

Então vamos lá pensar nisto. Como é que eu lhe chamo? Não foram precisos mais que dez minutos no café para ter uma epifania. Fazer “vida de café” opera maravilhas no cérebro humano. Exclui o óbvio “Vida de café” (mas fica guardado, nunca se sabe...). Vai chamar-se Mirone e o header  há-de ser um maluquinho a espreitar por uns binóculos. Header em vez de cabeçalho... Catita hein?! Até parece que domino o tema! Isto só pode ser um bom augúrio para o meu blog sobre tudo e sobre coisa nenhuma. Nisto dos blogs, acredito que mais vale parecê-lo que sê-lo. 
(Mentalmente ensaio uma coreografia de vitória) Oh yeah! Já tenho nome e cabeçalho, perdão, header. Pago o café e volto ao escritório. Depois leio as gordas do jornal na net. O meu blog não pode esperar! Escrevo no motor de busca “como criar um blog”. Sugere-me o Blogger. Está feito! Crio uma conta de mail, blogmirone@gmail.com (quão mais básico se pode ser?!). Escolho o esquema, o fundo. O esqueleto está definido. V amos lá é guardar isto antes que alguém tenha a brilhante ideia de fazer um blog chamado Mirone. Feito! Nasceu o mirone.blogspot.com.

Agora é escolher uma imagem para testar isto do header. Vou procurar na net, que é mais rápido e assim também fico a saber o que anda por aí quando se pesquisa mirone. E não corro o risco de fazer uma coisa igual ao que já existe – não quero começar a minha aventura blogosférica com uma acusação de plágio. Motor de busca a trabalhar, escrevo mirone, selecciono imagens e... Oh diabo!!! Que é isto?!!! Então uma pessoa procura imagens relacionadas com mirone e a primeira coisa que vê é pornografia, voyeurismo?!!! Pronto! É o fim! O meu blog morreu ainda antes de ter nascido! Está bem que eu disse que não é para levar a sério o que aqui escrevo, mas caramba, há mínimos de “decência”. Porque é que eu não escolhi “Vida de Café”? Calma, calma, respira, mantém a presença de espírito. Podes sempre mudar o cabeçalho, perdão, o header, para “Vida de Café". Que mal tem o nome do blog ser diferente do seu endereço? O Café Central que conheces afinal chama-se  Ramiro & Filhos, Actividades Hoteleiras, Ldª e ninguém reclama. Não senhor, nasceu Mirone, há-de morrer Mirone! Sabes bem que na vida só vencem aqueles que na desgraça vêem uma oportunidade. Espera lá, isto parece conversa de café... Precisamente! Encara isto como uma oportunidade. Pode trazer-te muitos leitores. Sim, virão ao engano, mas algum há-de ficar.

Sendo assim, agora é oficial, abriu o Mirone. Ainda sem header, quando tiver um tempo livre faço uns rabiscos no paint ou no sketch pro do iPad, ou arranjo uma imagem livre de direitos na internet, logo se vê. Textos, pois, deixa-me lá ver o que é que se diz por aí...

Volto já. Volte também! (Ai que piroseira, eu nem acredito que escrevi isto!)




Nha, nha, nha, nha, nha! Toma, toma, toma!


As fotografias que mais vejo pela net (Facebook, para sermos rigorosos) são, além dos pés na areia mal se aproxima o Verão, as fotografias de comida. Ele é sushi, é sardinha assada dos santos populares, o prato de caracóis acompanhado das louras e frescas imperiais, o jarro da sangria e as bolas de berlim a babarem creme, os cafés e os pastéis de nata... O que se queira.

Sobre isto, só tenho a dizer que  acho horrível postar fotos de comida no Facebook (não tenho Instagram, mas ouvi dizer que é o seu core-business). A não ser que, efectivamente, seja uma coisa extraordinária, digna de ser partilhada com o mundo (ou que a pessoa em questão tenha um verdadeiro gosto pela culinária e gastronomia), o que há de tão maravilhoso num prato de sushi ou na mesa de sobremesas do aniversário da cria, que careça, depois de devidamente “instagramizado” para parecer uma foto tirada em mil novecentos e troca o passo, de publicação no mural do FB? Se queriam mostrar àquela "amiga" lá do serviço, convidavam-na, não é?

Há uma frase que ouvia da minha mãe em criança e que não me canso de repetir à minha filha: "Ser  invejoso com a comida é das coisas mais mesquinhas que existe". E, para mim, é tão mesquinho fazer queixinhas à mãe "mas oh mãe, a fatia de bolo dela é maior que a minha", como fazer inveja e dizer através das fotos do fb "Toma, toma, toma, estou a comer isto e tu não!".